Mal sabia Sam que durante todo esse
tempo, Helena estava...
... Estava cuidando da sua avó por
uns dias no interior, ela havia passado por uma pequena cirurgia na perna e não
podia andar.
- Mais sopa vovó?
- Não minha querida, obrigada, já
comi demais.
- Tem certeza? A senhora parece
tão fraquinha...
- Coisas da idade minha filha,
sua avó já não é mais mocinha, 72 anos é muito tempo.
- Magina... A senhora tá na flor
da idade, ainda vai fazer muitas coisas nessa vida!
- Ai ai minha doce Leninha, minha
netinha por isso que vovó te ama tanto.
- Bom estou na cozinha lavando a
louça se precisar de mim é só me chamar.
Enquanto ensaboava os pratos, Helena
pensava em Sam, pensava no café, e esperava ansiosa para encontrá-lo de novo,
para que o destino "tomasse uma atitude" e o colocasse no seu caminho
novamente.
Será que ele ainda se lembra de mim?
Pensou e falou baixinho. Será que está me esperando? E pensar tornava apenas
maior sua ansiedade.
Helena ainda passaria mais alguns
dias com a avó, pelo menos até o médico dizer que era seguro voltar a andar.
E enquanto isso Sam passava as tardes
no trabalho distante, distraído, pensando no sorriso de Helena, a doce
Helena... Olhando para o rosto desenhado, sonhando com o momento em que veria
seus olhos de perto de novo, seu sorriso doce... Sua voz tão suave...
Estava apaixonado, apaixonado pela garota do ponto de ônibus, precisa admitir
pra si mesmo que ela mexera com ele.
- Será que ela me esqueceu? Será que
tá fugindo de mim? Disse baixinho
- Que foi? Perguntou Roger
- Nada não, to falando sozinho... Pensando
alto, desconversou.
- Tá pensando nela né?!
- Difícil é não pensar... Mas
ela sumiu tem dias acho que deve tá fugindo de mim, vai ver só quis ser
simpática, mas nem gostou tanto assim da minha companhia, sei lá...
- Ahhh, mas tá apaixonado mesmo...
Relaxa cara, não seja paranóico, dá tempo ao tempo que mais cedo ou mais tarde
ela aparece... Vai ver ela foi viajar... Sei lá... Mas relaxa logo
ela aparece você vai ver.
- Tomara cara, tomara, porque isso já
tá me deixando doido.
E continuou ali trabalhando, pensando
em Helena entre uma pincelada e outra, tentando acalmar o coração ansioso,
e pedindo ao destino que agisse rápido.
Mais uma semana se passou, Sam
continuava indo todo dia a mesma hora para o ponto de ônibus onde encontrou
Helena pela primeira vez, sagradamente carregava consigo a pasta de couro com o
bloco de A3 e nele a imagem da doce Helena. Mas Helena mais uma vez não
apareceu, o que deixou seu coração mais e mais apertado e o fez crer
por alguns segundos que nunca mais a veria.
Abriu a pasta, olhou mais uma
vez para o rosto dela ali desenhado enquanto caminhava rumo ao trabalho, quando
de repente...
CONTINUA...