segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Manga e a Manhã de Sol - Parte 12


- VOCÊ fez minha noite ficar mágica! - disse Sam, olhando fixamente naqueles lindos olhos verdes.
- Bobo. Ela não teria graça sem você.

E ambos sentiram aquela energia gostosa que causa arrepio nos amantes recém-apaixonados, quando nada mais resta a não ser entregar-se a ela. Beijaram-se naquele cenário mágico, debaixo daquela chuva que trazia à tona um brilho somente visto por olhos aguçados pelo amor.

- Nossa... - disse ela, dando um breve suspiro, e sorrindo.
- Que foi?  - disse ele, ainda abrindo os olhos.
- Deu um quentinho gostoso agora.

Sam também sorriu, abraçado a ela pela cintura.

- Como pode? - indagou ele.
- Como pode o quê?
- Como pode você ter um sorriso tão lindo?
- O seu também é lindo, bobão. Dá vontade de comer. - e deu uma leve mordida no lábio inferior dele.
- Também quero um pedacinho do seu - e mordeu de leve o lábio superior dela.

Voltaram a se beijar. Foi um beijo cheio de paixão, de línguas dançantes e lábios deslizantes. Um beijo de entrega, que fecha o mundo ao redor num globo de vidro habitado apenas por duas pessoas que, por alguns minutos, esquecem que são duas, e tudo se torna um "quentinho gostoso", um só coração pulsante, querendo abraçar o mundo com toda a força do sangue que corre quente e intenso em suas veias, e o torna maior e maior...

- Eu acabo de ter uma idéia genial! - disse Sam.
- Ah é? Qual?
- Você podia ser minha namorada!
- Hahaha! Nossa, eu "nunca" teria pensado nisto!
- E então, o que acha?
- Eu aceito, mas com uma condição.
- Qual?
- Que você também seja meu namorado!
- Hmm... Deixa eu pensar... Tábom,eutopo!

E depois de se beijarem mais uma vez pra comemorar, saíram de mãos dadas, sem ligarem nem um pouco pro fato de estarem encharcados. Conversaram mais um pouco sobre a exposição, sobre o quanto Sam havia achado simpática a avó de Helena, apesar de terem se falado muito pouco por telefone, e de como "Sam e Helena" soava bem aos seus ouvidos.

As horas passaram sem que se dessem conta, até que Helena olhou rapidamente para o relógio de Sam.

- Nossa! Quase uma da manhã!
- Puxa. Nem me toquei nisto. Você precisa ir?
- Sim. Minha avó deve estar preocupada. Não disse que eu ficaria até tão tarde na rua.
- Quer ligar pra ela?
- Não, é melhor eu ir.
- Que pena.
- Mas a gente volta a se encontrar.
- Quando?
- Bom, amanhã não vai dar. Tenho que fazer umas coisas...
- "Coisas"? Que "coisas"?
- Mas é curioso mesmo, né? Coisas, ora! Depois te conto.
- Certo, então vou ficar morrendo de curiosidade até lá.
- Podemos sair no sábado. Vai ter o show de uma banda num barzinho que costumo ir com meus amigos. Ouvi dizer que é boa.
- Amigos, é?
- Sim, por quê?
- Vai querer me apresentar pros seus amigos?
- Ué, por que não?
- É, não tem por quê. Mas... peraí! Você disse sábado?
- Sim.
- De que banda você tá falando?
- Os Illuminators.
- Eu toco nessa banda!
- Sério?!
- Aham! Toco baixo.
- Nossa, que demais!
- Posso tocar uma música pra você.
- Mas que namorado mais multimídia eu arrumei!
- Viu? Você é uma sortuda mesmo.
- Convencido.
- Claro que sou! Afinal, agora estou namorando uma princesa.
- 'magina! Não sou essas coisas todas não.
- Claro que é. Você é a Princesa das Fadas, só que anda meio desmemoriada ultimamente. Mas já já vou fazer você se lembrar disto.
- Ah é? Como?
- Bom, tem muitos métodos. Um deles é este.

E mais uma vez o mundo sumiu, seus lábios se tocaram, e Helena seria capaz de jurar que por alguns segundos ela viu pessoinhas luminosas com asas voando ao seu redor.


CONTINUA...

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